quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dia de sujar o calção.




Hoje, mais do que nunca, é dia de sujar o calção. É dia de reviver a essência do futebol gaudério, copeiro e peleador, futebol objetivo, sem frescura, catimbeiro e marcador.

Dizem que o Grêmio de Silas faz parte de outra escola do futebol, uma escola ofensiva, com passes bonitos, habilidade. Mas tudo o que eu vi em 2010 me faz crer que esse time tem cojones, o famoso culhão, que é necessário para todo time que almeja sair campeão.

Não entendeu? Bom, o Carrossel Holandês de 74 e 78 não tinha culhões, nem o Brasil de 82. Já a Argentina de 78 tinha culhões de sobra, como o Brasil de 94. Acho que deu pra entender.

Não se nega que o time do Santos encantou o Brasil, até mesmo alguns gaudérios mau-humorados e peleadores. Dorival Júnior montou um bom time, sem inventar, tinha um elenco de ofensivistas e sem pestanejar montou um time que joga pra frente, controla a posse de bola, abusa das firulas e vence jogos.

A questão é: vence campeonatos? Foi campeão Paulista, acabou com um apático São Paulo e por pouco não deixou escapar o título para o segundino Santo André. Venceu, mas sem gosto de título, venceu no regulamento.

Hoje veremos o começo de um confronto que entrará para a história, o time que encanta contra o time também encanta, da sua maneira, claro. Depois da semifinal do Brasileirão de 2002 e da semifinal da Libertadores 2007, veremos um tira-teima. Quem sairá vencedor? Quem tem culhão pra ser campeão? Hoje é dia de Copa!

terça-feira, 4 de maio de 2010

A loucura (sem cura) de Neuton


20 anos recém completados, e toda a responsabilidade do mundo em suas costas, estrear numa final, no maior clássico do Brasil, e em território inimigo. Tudo isso deveria ser um filme de terror para qualquer jogador de futebol, não para Neuton.

O guri de Erechim mostrou uma personalidade de gente grande, foi um leão na marcação, conteve os avanços do derrotado meia colorado Andrés D’Alessandro e ainda ajudou Hugo, o coveiro, no apoio pelo flanco esquerdo, o carequinha Nei deve ter pesadelos com nosso lateral-esquerdo até hoje.

A cada dividida ganha, a cada chutão, Neuton se virava à torcida gremista e vibrava. Lembrando um jogador de futsal, mas, acima de tudo, lembrando o espírito do bom e velho Grêmio. O Grêmio que ganha na bola, na técnica, mas que se não der, vai na força, na raça, sempre foi assim, e com Neuton em campo, ao que tudo indica, sempre será.

Mais uma jóia rara sai da nossa base, outro jogador que brilhará no Grêmio, e que infelizmente, logo rumará à Europa. Neuton é louco do jeito que a nossa torcida gosta, fica feliz por desferir uma bomba que estoura no rosto do calejado zagueiro colorado, comemora um título subindo no travessão, e não esquece das suas origens, carregando uma bandeira do Rio Grande do Sul na comemoração do primeiro título.

Que tua loucura não tenha cura, alemão!