quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Que o Renato não repita o Silas



Um momento em especial: Santos e Grêmio, primeiro tempo, na Vila Belmiro. Era uma situação extraordinária. Semifinal de Copa do Brasil. Estávamos repletos de desfalques. Ainda assim protagonizamos naqueles 45 minutos talvez a melhor atuação da era Silas. Um time todo remendado que soube neutralizar as principais armas do Santos. Na segunda etapa, voltamos com uma postura diferente. Culpa também do Santos. Mas sem levar em conta o que aconteceu depois naquele mesmo jogo, Silas nunca mais repetiu aquela tática que apesar dos pesares, podemos considerar, deu certo. Como um dia li, por vezes o Silas acertava, mas parece que não entendia como e porque o fazia. Resultado? No jogo seguinte, os velhos problemas se evidenciavam.

Com o Renato, tivemos um alento. Teve pouquíssimo tempo para trabalhar e conseguiu montar um time. Com a frase “um time começa a ser montado pela defesa” ganhou bastante confiança da minha parte. E não é balela. Porque, logo que chegou, mesmo que talvez circunstancialmente, ele abdicou da ofensividade, quando tinha dois centroavantes no banco – André Lima e Borges –, para dar uma ajeitada na estrutura defensiva da equipe, jogando com uma espécie de 3-6-1. Em um primeiro momento, teve êxito. Logo em sua “real” estreia (desconsidero o jogo da Sulamericana), foi fundamental na vitória sobre o Goiás por 2 a 0. Passou por alguns percalços, posteriormente, mas hoje soma cinco rodadas sem derrota.

No último sábado, um primeiro tempo de encher os olhos. Talvez a melhor atuação coletiva do ano. Um Grêmio desacreditado diante de um favorito ao título e superioridade do time gaúcho nos 45 minutos. A segunda etapa foi repleta de circunstâncias de exceção. O time de Renato voltou sendo encurralado pelo Corinthians e esperava por um contra-ataque para matar o jogo. Quem entrou em ação foi o árbitro, que inventou um pênalti e expulsou o zagueiro Vilson, comprometendo o jogo gremista. Inteligentemente, o Grêmio fez o que esteve ao seu alcance. Recuou-se e fez o possível para manter o resultado. Manteve.

Dizem que temos que aprender com os erros, mas agora é hora de Renato tirar lição do acerto. Hoje, Rochemback volta. Sai Ferdinando. Não sou fã do jogador ex-Avaí, porém, o volante foi fundamental ao lado de Adilson no jogo do Pacaembu. Não individualmente, mas coletivamente. A defesa teve a proteção que não vinha tendo há muito tempo. Quem segue no time é Souza, que já está há quase 10 rodadas começando as partidas e segue comprometedor. Nos últimos dois jogos, foi importante. Mas defensivamente. Questão de posicionamento. E só. Do meio para a frente, apesar de ter “dado” um gol para Borges contra o Corinthians, Souza continua muito mal. Erra demais.

Outra questão fundamental é a utilização de Douglas. Com Renato, ele vem crescendo há muito tempo. A implicância não deixava alguns verem, mas o meia hoje é o “craque” do time. Sem ele, o Grêmio não consegue manter a posse de bola e se torna extremamente previsível.

Ferdinando, Adilson, Rochemback e Douglas. É o caminho. Não vejo um fator que sugira perda de qualidade com a entrada de Rochemback no lugar de Souza. Pelo contrário. Mais proteção à defesa e mais liberdade para Douglas criar. Que Renato perceba que está muito perto de acertar. Basta um detalhe.

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